Livro: Casais Inteligentes Enriquecem Juntos - Finanças para Casais
Autor: Gustavo Cerbasi
Capítulo 4: As finanças dos Recém-casados
Vida a dois: até que ponto juntar tudo
Um casamento somente dá certo quando seu verdadeiro sentido é o da união. 0 discurso diz que particularidades e individualidades devem ser respeitadas. A prática mostra que, na verdade, elas são toleradas, e há uma expectativa recíproca de que, ao longo do relacionamento, cada um acabe cedendo um pouco de sua individualidade e as afinidades se reforcem. Se isso não acontecer, os conflitos certamente surgirão.
0 mesmo vale para as finanças do relacionamento. Elas serão saudáveis se for praticado o sentido de união e vocês administrarem a renda familiar em conjunto. Com o casamento, passam a ser dois salários, duas cabeças pensando, duas formas diferentes de lidar com o dinheiro. Imaginem a dificuldade se cada um tiver os próprios objetivos financeiros, trabalhar com um orçamento diferente e decidir como investir seu dinheiro. Planos comuns jamais serão construídos de modo eficiente se tudo no relacionamento for dividido. Perde-se em eficiência, em organização e em resultados!
Inicio do Planejamento Financeiro
É notório o fato de que, para enriquecer, é preciso aprender a gastar. Sua riqueza não depende do que vocês ganham, mas sim de como gastam. Se, com uma renda baixa, vocês conseguirem construir com dignidade um padrão de vida saudável e feliz, conscientes de que poderão mantê-lo no futuro, estarão em situação bem melhor que executivos que ganham rios de dinheiro mas gastam tudo para manter um nível de vida elevado e ficam à beira de um enfarte quando têm o emprego ameaçado.
Orçamento: dá para cortar?
O primeiro passo para poupar é fazer sobrar dinheiro. Tenham certeza de que boa parte dos motivos para o fato de não sobrarem recursos para poupar não está nos grandes gastos do orçamento. Está nos pequenos, aqueles que fogem ao controle.
Com a planilha feita, discutam (juntos) o que está em excesso e decidam o que pode ser cortado. Se, aparentemente, não há o que cortar, estabeleçam metas para a redução de gastos. Alguns não podem ser cortados, mas certamente há "gordurinhas" nos gastos com supermercado, feira, energia ou água. As economias serão pequenas, mas a soma dessas pequenas economias pode concretizar seu plano de independência financeira.
Imponham limites a cada categoria de gastos e sigam esses limites com precisão. Incluam em sua planilha a meta mensal de investimentos, não importa se vocês optarem por um valor mensal ou por um percentual do salário. E paguem-se primeiro, isto é, poupem o valor mensal previsto assim que receberem o salário! Os investimentos passarão a ser a prioridade número 1. Todas as demais contas devem adequar-se ao projeto de independência financeira do casal. 0 aluguel aumentou com a inflação? É hora de apertar os cintos, e não de comprometer o plano traçado. Será melhor sofrer alguns poucos meses até o dissídio ou o décimo terceiro salário que padecer durante toda a velhice com privações.
Estabelecendo metas
Quando vocês se propõem organizar e controlar com mais carinho sua vida financeira, o objetivo principal certamente é viabilizar a conquista de sonhos. Se tiverem sucesso nessa proposta, seguramente conquistarão o objetivo secundário de não sofrer com dificuldades financeiras.
Portanto, se nossos sonhos de consumo podem nos custar muito menos, temos de estabelecer com antecedência nossas metas para poder concretizá-las. Isso vale para aquisições de carros e propriedades, cursos, educação dos filhos, viagens, celebrações em família, nova decoração da casa, presentes e outros tantos sonhos cujos custos não cabem no orçamento do mês. A situação presente da economia brasileira, mais estável, já nos permite planejar o futuro, por isso temos de aproveitar essa conquista.
Gastem menos do que vocês ganham e invistam a diferença. Depois reinvistam seus retornos até atingir uma massa crítica de capital que gere a renda que desejam para o resto da vida.
Recapitulando: o primeiro passo para a independência financeira é gastar menos do que se ganha, controlando o orçamento doméstico. A seguir, traçar um plano que defina quanto poupar por mês, e durante quanto tempo, para chegar à renda que vocês pretendem ter na aposentadoria. Se, além disso, conseguirem fazer sobrar mais do que precisavam para cumprir as metas do plano, no final do mês haverá dinheiro sobrando na conta.
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